AFINAL COMO SÃO OS SEUS MODELOS MENTAIS?
Por Maria Inês Felippe
No feriado passado estava lendo o artigo do Eugênio Mussak sobre percepção, onde explica que de acordo com os livros de psicologia a percepção é o processo de selecionar, organizar e interpretar estímulos oferecidos pelo meio .Refletindo senti a necessidade de escrever sobre modelos mentais, assunto este que tenho tratado intensamente nos programas de criatividade. Ressalto que é complicado pensar em ferramentas para estímulos da criatividade e inovação, sem tratar dos modelos mentais. Nosso comportamento é regido por eles, que são nada mais do que imagens, experiências que nos guia, que interferem na nossa percepção do mundo como agimos, eles moldam a nossa forma de agir e está ligada aos processos educacionais, forma de criação etc. Quem nunca escutou a frase: Cada um vê as coisas com os olhos que tem? A nossa personalidade foi formada pela forma como fomos criados, modelos ensinados, preconceitos, e padrões de comportamento. Os modelos mentais são naturalmente modelos em evolução, através da interação com o meio, as pessoas formulam novos modelos. Tudo isso pode parecer simples, mas na prática não é bem assim, pois na maioria eles são inconscientes. Eles são naturalmente modelos em transformação é algo dinâmico e através da interação com o meio às pessoas vão reformulando suas concepções e isso é fundamental para viver no mundo em transformação. Muitas vezes deixamos de ter boas idéias e perdemos grandes negócios por causa dos modelos mentais vigentes, experiências passadas por vezes não bem sucedidas, bloqueando-nos, amedrontando-nos. Eles funcionam como anteparos invisíveis que nós mesmos criamos, ou criam por nós, e sem perceber nos tornamos escravos dos nossos pensamentos. Este aspecto é cada vez mais percebido nos programas de treinamento que tenho realizado. Há pessoas que acreditam que precisam ter e uma grande idéia e que somente o amigo as possui. Sempre reforço, nos grupos, não precisa ter uma grande idéia e sim uma pequena idéia de grande valor. Outro aspecto percebido é a ordem de mando: Inovar sem gastar. Para impedir o processo criativo, listei uma série de argumentos, que bloqueiam a criatividade e que fazem parte dos modelos mentais de algumas pessoas. Aproveite e marque quanta das frases abaixo que você tem escutado ou até mesmo as que fazem parte do seu vocabulário. - Isso nunca vai dar certo.
- Não sou criativo.
- Criatividade é coisa de artistas.
- Já tentei e não deu certo.
- Não vão gostar.
- Time que está ganhando não se mexe.
- Sempre foi feito assim, porque mudar.
- Isso não é lógico.
- Isso é óbvio, acho que já pensaram.
- Alguém já pensou e não deu certo.
- Se fosse bom já teriam inventado antes.
- Vão te chamar de louco, de ridículo.
- Isso é bobagem, pare de inventar.
- Você deve estar brincando?
- Isso cria mais problemas do que solução.
- Semana que vem vamos criar.
- Vamos ser realistas.
- Você pensou nisso a fundo?
- Temos que acertar logo.
Cuidado com o excesso veja se não está utilizando demais as frases acima, ou também não está escutando demais, elas poderão bloquear a criatividade. Quebrar esses modelos requer esforços e leva a mudanças de pensamento e, conseqüentemente, de comportamento, despertando-nos para uma vida melhor. As mudanças fazem parte da vida e ocorrem quando sentimos necessidade de ser o que somos, tirando crenças e preconceitos, agindo criativamente, transformando ameaças em oportunidades. O despertar da criatividade faz com que as pessoas aprendam a ver as coisas com novos olhos, percebendo oportunidades, possibilitando vária soluções para os mesmos problemas, tornando-se mais sensíveis aos estímulos da sociedade, favorecendo a geração de idéias e a capacidade de dar respostas prontas e argutas, para isso é preciso rever os seus modelos mentais. Eugênio diz no mesmo artigo: O mundo sorri para os "perceptivos" e ri dos "desligados" . Saibam os que criam e inovam são curiosos, utilizam a percepção, para identificar seus próprios modelos mentais e da sociedade, transformando o que era visto como risco em oportunidades, ou o que era pouco percebido em verdadeira obra de arte.
Maria Inês Felippe:
Palestrante, Psicóloga, Especialista em Adm. de Recursos
Humanos e Mestre em Desenvolvimento do Potencial Criativo
pela Universidade de Educação de Santiago
de Compostela - Espanha. Palestrante e consultora em Recursos
Humanos, Desenvolvimento Gerencial e de equipes, Avaliação
de Potencial e competências. Treinamentos de Criatividade
e Inovação nos Negócios. Palestrante
em Congressos Nacionais e Internacionais de Criatividade
e Inovação e Comportamento Humano nas empresas.
Vice Presidente de Criatividade e Inovação
da APARH.
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