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ASSÉDIO MORAL E BULLYING NAS ORGANIZAÇÕES

Cuidados, poderá ter resultados inesperados

Em meio a um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, em que garantir a empregabilidade é uma das atitudes mais condizentes, surge uma pergunta bastante comum na esfera empresarial: “Quais são os sacrifícios válidos para se garantir o emprego?” Em alguns casos, não é percebido pelo assediado, deixando para lá, para não criar confusão.

A resposta é consenso geral quando tratada pelos especialistas de RH: nenhum. Por definição, sacrificar-se é privar-se em benefício de outrem. Uma coisa é o esforço, o desafio; a outra, é o sacrifício, o sofrimento. Em se tratando de relações trabalhistas, sofrer não deve ser condição, nem muito menos consequência, ainda mais quando é resultado de situações de humilhação, constrangimento e submissão. Isto é assédio moral.

O assédio moral, bullying nas empresas vem recebendo destaque pela mídia nos últimos tempos devido à tendência de tornar as relações de trabalho mais transparentes e justas.  Consiste em degradar as condições de trabalho por meio de ofensas, pressão e críticas excessivas das autoridades sobre seus subordinados.

Ele acontece devido ao abuso do poder, provocando um cenário de discriminação dentro da empresa. Poderá acontecer nas relações chefe x liderado como também entre pares. As fases são: isolamento, desqualificação.

O medo do desemprego é uma das principais causas desse fenômeno. Para garantir seu emprego, a pessoa se sujeita a atitudes antiprofissionais; o chefe, por seu lado, transfere toda a insegurança para sua equipe mediante atitudes autoritárias. “Quando o funcionário está com a autoestima rebaixada, ele não se reconhece como profissional, ficando predisposto a qualquer tipo de assédio”. Mas essa situação só prolifera quando favorecida por ambas as partes: chefes autoritários buscam funcionários submissos e vice-versa.

Investir em uma cultura estratégica de desenvolvimento humano como forma de substituir a competitividade de negócios diminui as chances de surgirem comportamentos negativos isolados, que tanto propiciam o assédio. Outro aspecto devemos estimular cultura de aprendizado, no lugar da punição, e a desmistificação das relações de poder, como soluções para o problema e respeito entre os pares minimizando o bullying.

Enquanto não existir a gestão participativa, cooperativa, o cenário estará mais favorável à gestão pelo medo, propiciando atitudes típicas do assédio.

Portanto podemos entender o assédio moral como uma degradação deliberada das condições psicológicas do trabalho, em que prevalece uma relação de poder por parte da chefia e acarreta em baixa produtividade, falta de envolvimento, motivação e stress dos demais profissionais e em se tratando entre pares, bullying, fragmenta a equipe, gera competição, provoca isolamento e baixo resultado.

Como identificar e cuidado com Danos Morais.

Desmotivação, falta de comprometimento, isolamento pessoal, stress são os prejuízos práticos e emocionais para o profissional, que comprometem sua identidade, dignidade, relacionamento e podem, até mesmo, ocasionar doenças físicas e mentais, inclusive por sintomas não aparentes. Sem contar as ações trabalhistas por Danos Morais. Não se trata de paternalismo ou coleguismo exagerado e sim respeito.

Vamos conversar melhor a respeito e agir antes que piore.

Maria Inês Felippe é consultora e palestrante, especialista em Criatividade, Inovação e Gestão
www.mariainesfelippe.com.br
mariaines@mariainesfelippe.com.br