DIVERSIDADE e INCLUSÃO
Como agir diante dela?
Nas minhas andanças treinando americanos, europeus, africanos, mexicanos, argentinos e muitos brasileiros, encontrei uma riqueza de pensamentos que não dá para desprezar, mas que as empresas desprezam.
São povos com os seus costumes, rituais, ritmos, tão diferentes e tão pouco aproveitados na sua potencialidade assim como a inteligência e criatividade. Aproveitar-se efetivamente da adversidade é entender os diferentes traços culturais, rituais e forma de pensamento. Sendo assim não há espaço para a padronização.
A diversidade começa com a ocupacional e funcional, onde cada qual percebe coisas distintas, percebem de acordo com o seu próprio mindset: a sua forma de ver, perceber e atuar no mundo, em contrapartida as empresas buscam comportamentos padronizados colocando os colaboradores dentro de uma forma do certo o errado, de condutas sociais, desconsiderando o potencial que está diante dos seus olhos, independente de raça, religião, cor, preferencias sexuais, deficiências, etc.
Devemos estar atentos e utilizar da diversidade como fontes múltiplas perspectivas de solução de problemas e geração de ideias. Todos que se sentem excluídos tende a se distanciar, conclusão todos perdem. É preciso to-le-rân-cia.
Olha que interessante: Uma experiência fantástica.
Fui trabalhar em Angola treinar um grupo de trabalhadores de uma empresa vinculada a ONU-Organizações das Nações Unidas. Durante o treinamento surgiu um conflito que estava afetando diretamente o relacionamento da equipe e que jamais pensei que pudesse acontecer. No grupo de trabalhadores há angolanos, ingleses, franceses, brasileiros, árabes, libaneses, e várias outras, cada qual com sua forma de agir, sentir, vestir, falar e ver o mundo.
O que acontecia no dia a dia? Há povos que tem costumes diferentes na forma de se cumprimentar logo pela manhã, como há aquele que não cumprimenta ou por valores culturais ou até mesmo por temperamento.
Essas pessoas, que por sua vez são diferentes dos demais passavam a ser vistos e tratadas com distanciamento chamadas de esquisitas. Por outro lado os “esquisitos” achavam os outros “esquisitos”, percebe a confusão?
Foi preciso fazer um trabalho de reconhecimento cultural desvendando os “mistérios” culturais para que o grupo pudesse se interagir e melhor o relacionamento.
Outra situação interessante foi quando estava no Japão, brincando com um amigo acariciei o rosto dele porque estava nervoso com os japoneses. Quando um japonês viu minha atenção para com o brasileiro começou a rir, como não sabia se ria porque gostou, ou não, tive a mesma atitude com ele, só que os japoneses não tem o costume de acariciar o rosto de outra pessoa em público, percebeu as diferenças atuando? Somente depois que soube o que fiz diante da comunidade nipônica.
Quanto mais a empresa for capaz de administrar a diversidade, tanto maior será seu potencial de perspectivas múltiplas junto a clientes, fornecedores, parceiros no negócio, assim como será maior o potencial de flexibilidade e da criatividade buscando novas soluções, produtos e serviços.
Hoje no mundo do negócio não basta ter dinheiro para realizar bons negócios sejam nacionais ou internacionais é preciso saber lidar com a peculiaridade de cada povo, sua cultura, rituais assim como das necessidades de cada pessoa. Cada vez mais exige-se abertura as diferenças e um bom começo é despir-se da arrogância abrindo-se ao novo, ao que é diferente e buscar informações do que é importante, da sua história, necessidade de cada cliente.
Como está a diversidade e a inclusão na empresa, vamos conversar?
Maria Inês Felippe é consultora e palestrante, especialista em Criatividade, Inovação e Gestão
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mariaines@mariainesfelippe.com.br